Muitas crianças precisam usar óculos desde cedo e nem sempre elas apresentam alguma dificuldade visual no seu cotidiano, o que leva os pais a não se preocuparem com o exame oftalmológico.
O importante é saber que a criança não nasce sabendo enxergar, ela aprende a enxergar. Cerca de 90% da visão se desenvolve até os 2 anos de vida e o restante se dá até os 8-9 anos. O cérebro necessita de um estímulo visual perfeito para que o olho da criança aprenda a enxergar corretamente. Em função disso, a avaliação oftalmológica deve ser iniciada logo nos primeiros dias de nascimento com o “teste do olhinho”.
Segundo o consenso da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, o acompanhamento oftalmológico deve ser semestral até os 2 anos e, a partir daí, anualmente até os 10 anos de vida, época que já se completou o desenvolvimento visual.
Além dos erros refracionais (miopia, astigmatismo e hipermetropia), o exame com o Oftalmologista avalia a presença de ambliopia (olho fraco), catarata, malformações congênitas e tumores, como o retinoblastoma. Além de prevenir a cegueira, essa avaliação precoce também pode salvar uma vida.
Ocasionalmente, na presença da ambliopia, o uso de oclusores pode ser indicado para garantir o desenvolvimento visual do olho mais fraco. Não é tarefa fácil para a criança, nem para os pais que devem estar bem conscientes da importância do tratamento.
Os óculos devem ser adequados à faixa etária da criança, com armações confortáveis, lentes inquebráveis e de preferência com material resistente a riscos. As crianças que necessitam da correção óptica devem ser avaliadas periodicamente a cada 6 meses e as lentes trocadas por alteração do grau e do crescimento da face.
O correto desenvolvimento visual de nossas crianças só poderá acontecer com a conscientização da relevância do exame oftalmológico desde o nascimento.