Com o envelhecimento, ocorre a perda de volume, a queda dos tecidos e flacidez dos ligamentos faciais ocorrendo o que chamamos de inversão do triângulo da juventude.
O rosto envelhecido apresenta rugas estáticas, aumento da frouxidão cutânea, órbitas encovadas, região temporal encovada.
Há a queda do terço médio da face.
Mudanças também pigmentares da pele e cabelos ocorrem. Manchas e lesões de pele, cabelos grisalhos. Danos causados por exposição aos raios UV do sol.
O estilo de vida e fatores ambientais, somados a estes fatores, contribuem para o envelhecimento facial.
Dentro deste contexto, existem métodos não invasivos, ou pouco invasivos, como cremes tópicos, o laser, que melhoram a textura da pele e linhas de expressão. Preenchimentos com fillers ou gordura autóloga (da própria pessoa) são as formas mais utilizadas para tratar a perda de volume dos tecidos moles relacionados a idade.
Entretanto, nem sempre é possível corrigir todos os aspéctos envolvidos no envelhecimento facial somente com métodos não invasivos. É aí que entra o tratamento cirúrgico.
A blefaroplastia superior e inferior estão entre os procedimentos cirúrgicos estéticos faciais mais realizados.
A região dos olhos é o local em que notamos primeiramente as influencias do passar do tempo. Por isso a blefaroplastia é umas das cirurgias mais solicitadas.
1. Como funciona o procedimento da blefaroplastia?
A blefaroplastia tem por objetivo eliminar ou diminuir a dermatocalase, que é o excesso de pele na região das pálpebras, tanto superiores quanto inferiores, e que pode ou não, ser acompanhada de excesso de bolsas de gordura.
O procedimento é feito através de incisões que ficam escondidas nas pregas naturais das pálpebras no caso das pálpebras superiores e baixo da linha dos cílios, ou trasnconjuntival, em que não existe cicatriz na pele , no caso das pálpebras inferiores. Estas incisões, no início um pouco elevadas, firmes a avermelhadas, mas com com o processo de cicatrização e maturação , ficam muito discretas e praticamente imperceptíveis , dependendo da característica da pele.
A anestesia pode ser somente local ou local com sedação. O anestesista acompanha todo o procedimento.
2. Qual o tempo médio da cirurgia?
É uma cirurgia que é feita em nível ambulatorial, ou seja, o paciente vem, faz a cirurgia e após a liberação do anestesista ou do médico responsável, vai para casa. Não é necessária a internação. O tempo de duração é variável dependendo do que será necessário corrigir com a cirurgia, mas em média de 45 a 90 minutos para blefaroplastia superior e de 90 min a 2,5 horas para blefaroplastia superior e inferior juntas.
3. Quando é indicado realizar a blefaroplastia?
A indicação ou não do procedimento depende de uma avaliação médica abrangente. A blefaroplastia superior pode ser realizada por razões funcionais e estéticas. Algumas das indicações funcionais incluem: Desmatocalase pálpebral superior comprometendo o eixo visual e bloqueando a visão periférica, dermatocalase associada a queda dos cílios que causam irritação ocular. Algumas indicações estéticas incluem: dermatocalase esteticamente desagradável, assimetria de sulcos e pregas palperbais, excesso de bolsas de gordura, entre outras. Há ainda situações em que a cirurgia poderá ser contraindicada como no caso de olho seco severo, retrações palpebrais e lagoftalmo e pacientes com expectativas irreais sobre os resultados.
4. Após a cirurgia, quais são os cuidados necessários?
Para diminuir o tempo de recuperação estão indicados no pós operatório imediato, compressas de gelo ou soro fisiológico gelado, repouso em casa, cabeceira elevada e cuidados locais das feridas com aplicação de pomadas antibióticas cicatrizantes. São prescritos analgésicos comuns, mas na maiorias dos casos estes são pouco ou não necessários.
A longo prazo cuidado com os raios UV dos sol sobre a área operada, com uso de protetor solar, chapéus e bonés e acompanhamento e tratamento da qualidade da pele com o dermatologista.
5. O resultado é permanente ou depois de alguns anos é necessário realizar a blefaroplastia novamente?
A duração do resultado é variável de paciente para paciente, na dependência novamente das características anatômicas, genéticas, características da pele, hábitos de vida com tabagismo, e exposição solar, cuidados gerais com a pele. Em média, podemos dizer que o procedimento pode durar de 10 a 15 anos. Se necessário e, na dependência de avaliação, a cirugia pode ser repetida.
6. Existe uma idade específica para poder realizar a cirurgia?
Não existe um idade específica. O problema ocorre em qualquer idade. Em pacientes mais jovens geralmente os resultados estéticos da cirurgia podem ser mais acelerados devido as características da pele do indivíduo mais jovem.
7. Os olhos ficam inchados e com hematomas depois da cirurgia?
Sim. Os hematomas absorvem após algum tempo assim como o inchaço. Tal absorção é na maioria dos casos, rápida (uma a duas semanas).
8. Em quanto tempo é possível notar os resultados da cirurgia?
Logo após o procedimento já se inicia o processo de cicatrização da ferida operatória, que tem várias fases. Os resultados são progressivos com a melhora da estética dia após dia. Logo na primeira ou segunda semana, após a absorção do edema e hematomas já podemos notar a melhora estética. Os resultados definitivos com a continuação da maturação da cicatriz podem ser notados de três a seis meses.
Dr. Giancarlo Simionatto (CRM-SC 8710 / RQE 6776).
Dr. Giancarlo é médico oftalmologista e dedica-se as áreas de Plástica Ocular, Cirurgia de Pálpebras, Vias Lacrimais, Órbita, Catarata e Oftalmologia Clínica.
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