Pacientes com Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), Retinopatia Diabética e Doenças Vasculares da Retina (entre elas trombose da veia central / ramo de veia da retina) enfrentam grandes dificuldades no que diz respeito a tratamentos efetivos.
Estas doenças em seus quadros mais severos (especialmente a Degeneração Macular Relacionada à Idade) levam a lesão pelo acúmulo de líquido no interior da retina. O tratamento que tem sido usado por 20 anos é baseado principalmente em fotocoagulação com laser. Ele pode ser aplicado diretamente na lesão (levando visão de manchas na área tratada como na DMRI), para estimular a própria retina a absorver o líquido em excesso e para prevenir complicações como descolamento da retina (no caso da diabetes) ou hemorragias e glaucoma (no caso das tromboses de ramo de veia ou veia central da retina, respectivamente).
Estes ainda são os tratamentos de escolha, e são muito eficazes em alguns casos, mas hoje dispomos de outras armas para usar em situações onde o laser não é eficaz. As novidades dizem respeito principalmente na farmacologia das novas drogas, entre elas a terapia fotodinâmica com Visudyne ®, que utiliza um laser “frio” e uma droga (verteporfirina) que é ativada por este laser para tratar somente a área acometida em pacientes com DMRI. Esta terapia é associada ao uso da triamcinolona, um potente antiinflamatório, que diminui o número de tratamentos necessários com Visudyne e consegue evitar perdas maiores da visão.
A triamcinolona também pode ser usada no tratamento de retinopatia diabética e oclusões vasculares da retina, através do bloqueio do VEGF (vascular endothelial growth factor – fator de crescimento do endotélio vascular), principal molécula envolvida nas causas da perda visual por acúmulo de líquido retiniano nestas doenças.
A novidade mais recente vem do uso do AVASTIM® (bevacizumab), droga que iniciou seu uso off-label (com aprovação para tratamento em doenças que não as para as quais está sendo usada) nos Estados Unidos em julho de 2012. Esta droga é aprovada para uso em tumores de cólon para bloquear a vascularização que vai nutrir seu crescimento. No olho, é um potente agente que bloqueia a ação do VEGF, e que tem potencial para atuar em casos onde outras terapias não conseguem recuperar casos mais severos de perda da visão.
Devido a particularidades de cada doença (como o estágio de evolução em que se encontra), é necessária uma avaliação com um especialista para saber se o caso oferece essas possibilidades de tratamento.
Dr. Luiz Felipe Hagemann é especialista em cirurgia de Retina e Vítreo e membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo e da Sociedade Americana de Especialistas em Retina