Descrita há mais de 50 anos, a doença conhecida como Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma das maiores causas de cegueira infantil nos países desenvolvidos e que apresentam baixa taxa de mortalidade entre nascidos prematuros.
Mais recentemente, devido à maior oferta de hospitais habilitados ao atendimento de gestantes de risco e pela melhora na qualidade assistencial prestada ao bebê nascido prematuro, houve um grande aumento na sobrevivência entre nascidos prematuros de baixo peso também nos países em desenvolvimento, dentre os quais se situa o Brasil. Esse fato tem repercutido com um grande aumento na incidência da doença também nos países de economia ascendente na América Latina, Ásia e no Leste Europeu.
O surgimento da Retinopatia da Prematuridade ocorre em função da interrupção do processo natural da formação dos vasos da retina quando o bebê nasce prematuro. Sob influência de diversos fatores naturais, a retina parcialmente desenvolvida pode sofrer sangramentos e, mais gravemente, a doença pode levar a um descolamento da retina. Se não tratada oportunamente, a Retinopatia da Prematuridade pode levar à cegueira irreversível.
A diminuição da incidência de cegueira por ROP se consegue com a implantação de programas de triagem oftalmológica nos berçários em todos os pacientes nascidos no grupo de risco para a doença. Estes programas permitem identificar e tratar oportunamente todas as crianças que desenvolvem as formas graves da doença.
No Brasil, todos os bebês nascidos prematuros e com peso de nascimento igual ou menor do que 1.500 gramas, ou com idade gestacional igual ou menor do que 32 semanas, devem ser rotineiramente examinados por oftalmologistas para que se possa diagnosticar a ocorrência da ROP ainda em tempo hábil para o adequado tratamento com laser.
O exame, por suas particularidades, deve ser realizado por um oftalmologista com conhecimento em Retinopatia da Prematuridade para prestar este tipo de atendimento aos pequeninos prematuros, de maneira confortável e segura.