Nessa entrevista, Dr. Armando Nogueira da Cruz Filho fala sobre o cuidado com a visão das crianças e adoslescentes.
Confira a entrevista completa.
OFTALMOPEDIATRIA
O desenvolvimento visual na infância pode sofrer diversas interferências de patologias oculares cujo diagnóstico, muitas vezes, é difícil, pois necessita da atenção dos pais, parentes e professores já que, dificilmente, a criança se queixa de alguma dificuldade.
Exame
O exame ocular deve ser feito, segundo a Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica, logo ao nascer, aos seis meses, dois anos, quatro anos, seis anos (fase de pré-alfabetização) e anualmente após esta.
O desenvolvimento da visão se dá desde a vida intrauterina até aproximadamente os sete anos de idade e, em muitos casos, patologias diversas podem e devem ser diagnosticadas e tratadas anteriormente a este período. A principal patologia a ser combatida é a Ambliopia, (olho preguiçoso) que pode levar à cegueira se não tratada. Ocorre quando há deprivação de boa qualidade de imagem no período do desenvolvimento visual, com uma preferência de um olho em relação ao outro que pode ser causada por:
Diferença de graduação com uma imagem mais embaçada que a outra;
Presença de estrabismo (desvio dos olhos nas posições horizontal ou vertical) onde a fixação ocular é sempre feita por um dos olhos;
Barreiras visuais como, por exemplo, opacidade na córnea (leucoma) ou no cristalino (catarata congênita) e ptose congênita (queda da pálpebra);
Diferença de graduação com uma imagem mais embaçada que a outra.
O tratamento da ambliopia visa, inicialmente, a eliminação da dificuldade na formação da imagem adequada como: prescrição de óculos, retirada da catarata ou cicatrizes e correção do estrabismo com lentes ou cirurgia. Após a patologia devidamente tratada, a utilização de tampão no olho bom para estimular a visão do outro olho é fundamental.
A presença destas alterações é, na maioria das vezes, observado somente pelo Oftalmologista em um exame de rotina e preventivo. Outras doenças oculares podem estar relacionadas ao desenvolvimento ocular como:
Glaucoma congênito: aumento da pressão ocular por desenvolvimento inadequado na rede de escoamento do líquido intraocular que pode levar, em longo prazo, a uma consequente alteração do tamanho do globo ocular (maior);
Retinopatia da prematuridade: pode ocorrer em crianças nascidas com menos de 1,5kg, necessitando acompanhamento devido à possibilidade da formação de neovasos na periferia que podem levar a tração e descolamento da retina;
Obstrução das vias lacrimais: a persistência de uma membrana, presente apenas no período intrauterino, entre o canal lacrimal e sua saída para o interior do nariz pode ocorrer após o nascimento, causando lacrimejamento e infecções crônicas do canal lacrimal. Caso os sintomas permaneçam após o sexto mês de vida, uma sondagem dessas vias estará indicada.
Quando devo levar meu filho ao Oftalmologista?
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) orienta sobre quando levar seu filho ao Oftalmologista:⠀
- Maternidade: teste do olhinho.⠀
- 0-2 anos: exame oftalmológico completo a cada 6 meses.⠀
- Após 2 anos: exame oftalmológico completo anualmente.⠀
No Hospital de Olhos de Blumenau você encontra médicos oftalmologistas que atuam na área de oftalmopediatria e estrabismo, além de uma ala exclusiva de oftalmopediatria.⠀
Nesse período em que as crianças estão iniciando o ano escolar (tanto de forma presencial quanto virtual), qual a recomendação em relação a consulta oftalmológica e também em relação ao tempo ideal de ficar em frente ao computador – o tempo de tela – ?
Após os 2 anos de idade a recomendação é realizar acompanhamento com o médico oftalmologista anualmente. Ou, em qualquer momento que identificar que algo precisa ser investigado.
Bebês – NENHUMA exposição DIÁRIA às telas.⠀
De 2 a 5 anos de idade – 1 HORA por DIA. Priorizar atividades criativas e de interação, longe dos eletrônicos.
A partir dos 6 anos: 2 HORAS por DIA, sempre com intervalos.⠀
Em todas as idades: Usar filtros para luz azul nos dispositivos e mantê-los sempre a pelo menos 30 cm dos olhos.
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Dica: Deixe claro para a criança o limite de uso diário de cada equipamento com tela. Estabeleça e fortaleça os momentos em família “livre de tela”.
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ESTRABISMO
O estrabismo, popularmente chamado de vesguice, é um defeito visual no qual os olhos estão desalinhados e apontam para direções diferentes. Um olho pode estar direcionado em linha reta, enquanto o outro está desviado para dentro, para fora, para cima ou para baixo. O olho desviado pode se endireitar ocasionalmente. Essa doença é uma condição comum entre crianças, mas também pode ocorrer em outra fase da vida.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com a causa do estrabismo, podendo envolver o reposicionamento dos músculos do olho, a remoção de uma catarata ou a correção de outros aspectos que provocam o desvio. Apenas um oftalmologista pode recomendar a terapia adequada.
Fique alerta! Quando o desenvolvimento e o funcionamento da visão podem estar em risco na infância?
Alterações visíveis nos olhos
1 Manchas brancas nos olhos
2 Diferença de cor e de tamanho entre os olhos
3 Pálpebras caídas
4 Lacrimejamento excessivo
5 Olhos que brilham no escuro
6 Desvios permanentes ou intermitentes (estrabismo)
7 Um olho permanece parado enquanto o outro se movimenta
Comportamentos no dia a dia
8 Não reconhece pessoas, brinquedos e outros objetos a certa distância
9 Sente muito incômodo na alternância de um ambiente escuro para um claro
10 Anda sempre de cabeça baixa, olhando para o chão
11 Tropeça muito ao caminhar, é estabanado
12 Tromba com móveis, nas laterais das portas
13 Segura livros, assiste TV e usa tablets e smartphones muito de perto
14 Esfrega com frequência os olhos em atividades que exigem atenção, mesmo sem estar notadamente cansado
15 Aperta os olhos para ler, franzindo a testa
16 Tem dificuldade ou se cansa rápido ao copiar matérias do quadro e anotar no caderno
17 Acompanha a leitura com o dedo ou régua, ou confunde-se de linha ao ler um texto sem usar desses artifícios
18 Come letras e palavras (geralmente as menores, como artigos e preposições)
19 É desatento aos detalhes, não percebe diferenças entre figuras distintas, mas similares.
20 Tem dificuldade de encontrar um elemento na página da apostila, como um item ou ícone citado pelo professor
21 Vira ou inclina a cabeça para ver melhor
22 Mostra desinteresse, dispersão para atividades que exigem maior esforço visual
23 Escreve letras e números muito grandes ou muito pequenos, sinalizando uma visão distorcida, desproporcional
24 Tampa um dos olhos para enxergar melhor (tampa o olho de pior visão)
25 Sente desconforto ao ver um filme 3D
26 Queixa-se de dores de cabeça em atividades focadas, especialmente na região frontal (testa)
27 Irrita-se e sente dificuldade quando tem um dos olhos tampado em uma brincadeira (como fantasia de pirata, ou o “mestre mandou” fechar um dos olhos e ler)
28 É descoordenado, tem dificuldades em pegar, acertar a bola
29 Tem muita dificuldade em encontrar um livro ou um brinquedo dentre outros.
30 Atrapalha-se em atividades com muita informação visual, mas as executa bem quando apresentados os elementos um de cada vez
Dr. Armando se dedica as áreas Estrabismo Clínico e Cirúrgico, Oftalmopediatria e Oftalmologia Clínica e atende no Hospital de Olhos de Blumenau localiza-se na Rua 7 de Setembro, 1300 e também conta com unidades em Pomerode (Rua Frederico Weege, 150 – Centro, bem ao lado da Polícia Militar) e em Gaspar (Rua São José, 253 – Sala 212, no Centro).
Agendamentos pelo WhatsApp (47) 3322.5000.